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Governo corta carga horária de colaboradores e inviabiliza Universidades Estaduais

27/03/2017 às 03:03

    Os docentes da UEPG foram tomados de surpresa na manhã desta segunda-feira, 27/03, quando ficaram sabendo das resoluções encaminhadas pelo governo do Estado no final da semana passada. O ofício CEE/CC (993/17), assinado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, autoriza a UEPG a contratar 688 horas semanais das 6840 mensais solicitadas, referentes ao total solicitado de carga horária para professores colaboradores (outras universidades tiveram cortes similares). Isto provocou a suspensão da reunião do Conselho de Administração da UEPG, quando foi convocada uma reunião de trabalho deste conselho.

     Diante desta situação de insegurança e instabilidade, o Sinduepg Andes / SN chama assembleia para a próxima quinta-feira, dia 30, no auditório do PDE (16:45).

     Segundo Rosangela Petuba, as medidas anunciadas representam uma redução drástica no número de professores colaboradores nas universidades estaduais. “Acatar essa resolução é pedir para fechar cursos de mestrados e doutorados, suspender extensões e encerrar pesquisas, além de fechar laboratórios e passar a somente dar aula”, avalia a presidenta. Para ela, é papel das universidades públicas oferecer qualidade no ensino, pesquisa e extensão para todos. “Essa decisão do atual governo desmonta a universidade pública e gratuita” conclui Rosangela.

      A resolução pode impactar na não contratação dos 105 professores aprovados em teste seletivo. Os atuais 158 ativos poderão ser reduzidos para 17 colaboradores, com regime de 40 horas, para cobrir todos os departamentos da universidade.

      O Conselho Universitário (COU) deve se reunir novamente na sexta-feira, dia 31, às 9 horas, para debater a questão e deliberar encaminhamentos, como por exemplo, a suspensão do calendário universitário.

 

Avaliação

     Para a diretoria do Sinduepg, essa decisão em relação à suspensão das contratações dos colaboradores não configura um caso isolado. Há um contexto que deve ser compreendido, que teve início com o corte dos investimentos e a redução da verba de custeio ainda no final do primeiro mandato de Beto Richa. Os ataques se seguiram, passando pelo sequestro do fundo previdenciário, restrições à gestão universitária até o cancelamento da data-base dos servidores, o que determinou as sucessivas greves docentes nos últimos anos e, mais recentemente, a questão do Tide passando a ser entendido não mais como regime de trabalho e sim como gratificação. Todas essas ações respaldadas pela Assembleia Legislativa e pela Seti – Secretaria de Ciências e Tecnologia.

     Portanto, há um conjunto de iniciativas do governo com intuito de desmontar o ensino superior público, colocando no horizonte imediato o projeto de “autonomia financeira” das universidades que implicará na privatização do Sistema Público de Ensino Superior do Paraná (por ex., cobrança de mensalidades, financiamento privado de projetos de pesquisa etc.).

      Essas medidas ora anunciadas (redução drástica da contratação de professores colaboradores, mudança da compreensão do que é o regime TIDE), acompanhadas dos sucessivos cortes nas verbas de custeio e de investimentos ocorridos nos últimos anos, apontam claramente para o projeto de desmonte do modelo de ensino público superior do Paraná.

     Se quisermos uma educação realmente de qualidade, autônoma, gratuita e socialmente referenciada, onde a prioridade é o interesse coletivo da sociedade, então devemos resistir a mais este ataque às universidades paranaenses. LUTE CONTRA O DESMONTE DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO PARANÁ.  A UEPG É SUA!!!!

Link do Ofício sobre o corte da carga horária dos colaboradores da UEPG.

https://www.sinduepg.com.br/Public/documentos/ac546addfcdac42fce8f3ea562517421.pdf