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Categoria decide aderir à Greve Geral do dia 28 de abril e se posiciona contrária às orientações da reitoria

09/04/2017 às 01:04

     Em assembleia extraordinária convocada pelo Sinduepg/Andes-SN e realizada na tarde desta sexta-feira, dia 07 de abril, no Anfiteatro de Engenharia (Bloco E – Campus Uvaranas), a plenária suspendeu a chamada de paralisação para o dia 11 de abril, proposta pelo Comitê Estadual em Defesa das Universidades Públicas do Paraná. Os docentes consideram que o cenário nas demais instituições, onde algumas delas ainda estão em recesso, como é o caso da UEL, indica como melhor estratégia uma unificação de ações para o dia 28 de abril.

     Trata-se de uma agenda nacional de luta, uma Greve Geral chamada por várias centrais sindicais, entre elas o Andes-SN. Dessa forma, os docentes definiram encaminhamentos para esse dia de paralisação, atendendo as indicações da assembleia do dia 30 de março.

       Para o Andes-SN, a crise pela qual passam as universidades estaduais e municipais é a expressão avançada da política regressiva do governo federal, que privilegia os interesses do bloco político-social no poder, em detrimento dos interesses dos trabalhadores/as e do povo, que está sendo imposta ou reproduzida pelos governos estaduais e municipais, contra a qual é preciso mobilizar para combater. A direção do Sinduepg, por sua vez, avalia que no caso do Paraná, a política regressiva no âmbito federal reforça e ratifica a postura do governo Beto Richa que, nos últimos quatro anos, demonstra total descaso quanto à importância das IEES para os paranaenses.

      O grupo de apoio do Sinduepg deve se reunir na sede do sindicato nesta segunda-feira, dia 10 – às 17h, para planejar e organizar as atividades do dia 28.  Rosangela Petuba ressaltou, durante a assembleia, a necessidade que os professores participem desse grupo e colaborem para que as atividades possam alcançar os objetivos traçados.

 

A repercussão negativa do Ofício Circular n 01 da reitoria

     As orientações da reitoria da UEPG (através do Ofício circular no 01/ emitido em 03/04/2017), repercutiram de forma negativa por todo o estado com notícias e entrevistas da diretoria do sindicato veiculadas na Rádio UEL (Londrina), Rádio T (Ponta Grossa) e posicionamentos como da SESDUEM, que emitiu nota de repúdio com críticas ao governo e aos termos do ofício circular.

    Nesse sentido, os docentes avaliaram os desdobramentos do referido ofício e durante o debate vários pontos foram abordados, entre eles, o posicionamento dos departamentos no que se refere à distribuição da carga horária letiva, tendo em vista que a universidade não teve autorização para contratação do número de professores colaboradores que foi originalmente solicitado. Uma nota de repúdio emitida pelo Departamento de História foi lida pelo professor Roberto Lamb (chefe departamental), na qual se faz destaque para a gravidade das orientações que representam “uma ofensa à concepção plena de universidade” à medida que “afrontam diretamente a tríade ensino/pesquisa e extensão”.  O documento alerta para “uma visão tecnicista e privatista do ensino superior” que está em curso no processo de precarização e desmonte das IEES no Paraná.

      “Aos professores o pedido é que trabalhem acima dos limites estabelecidos pela própria política docente estabelecida na UEPG. Que aumentem sua carga horária na graduação ao mesmo tempo em que aceitem o trabalho diluído das grandes turmas. Que limitem seu espaço de reflexão ao oferecerem apenas as matérias básicas para o funcionamento mínimo dos cursos”, avaliam os professores do Departamento de História, através da nota.

 

Carga horária para além da sala de aula

     A própria noção do que significa essa “carga horária” foi discutida pela plenária da assembleia, uma vez que, em realidade, os professores dedicam tempo às atividades de preparo de aula, sala de aula, orientações, grupos de pesquisa, projetos de extensão, participação de comissões e conselhos. Isso significa que a “carga horária” dedicada ultrapassa o tempo determinado na política docente e, inclusive, o regime de contrato de 40 horas.

      Outro ponto discutido diz respeito aos professores que ocupam cargos comissionados ou estão cedidos para outras funções em outros setores do estado ou municípios. Os professores encaminharam que deve ser produzido, nos próximos dias, um documento de orientação de procedimentos dos docentes, com base em análise a ser realizada pela assessoria jurídica do Sinduepg, considerando os termos do ofício circular n 01, a atual política docente, além de se buscar consonância e respeito ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da própria instituição.

     Dado que se instaura um clima tenso para os professores que discordam das orientações da reitoria, o Sinduepg reforça que os docentes que se sintam assediados, retaliados ou prejudicados terão seus direitos resguardados e para isso devem procurar o sindicato e a assessoria jurídica para formalizar denúncia. Outra deliberação é que se façam ecoar em outras instâncias (entidades e associações de classe, SBPC, CAPES etc.), as denúncias quanto aos desmandos do governo Beto Richa e da conivência das reitorias, em especial o ofício circular. A assembleia também ratificou a nota de repúdio do Sinduepg, já publicada em relação ao referido ofício.