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SINDUEPG PARTICIPA DE TRIBUNA LIVRE NA CÂMARA DE PONTA GROSSA

05/08/2019 às 05:08


Os representantes do movimento de Greve na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) tiveram espaço de fala na tribuna livre da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa na sessão da tarde desta segunda-feira, 05. Representados na fala do professor Paulo César Lara na tribuna, os professores marcaram presença.

“Aqui temos artistas, pensadores, homens públicos. Sou muito adepto ao municipalismo, porque é em um município que vivemos. O fórum mais apropriado para se discutir a questão da Universidade e o futuro dos estudantes é uma Câmara Municipal. Sabemos que, por pesquisas, a Universidade gera para a economia R$ 4 a cada R$ 1 investido. Nós sabemos a importância da Universidade em relação aos aspectos da economia, indústria e formação de novas gerações. É essencial”, reforça Lara sobre a importância da Universidade para a região dos Campos Gerais. “Nós sabemos que, em todas as nações desenvolvidas, não se faz nada sem conhecimento, sem pesquisa, sem levar o resultado dessa pesquisa até a comunidade. Ensino, pesquisa e extensão é o tripé de toda instituição de ensino”, acrescenta.

“Estamos aqui para trazer a nossa mensagem em relação a essa luta que está ocorrendo em relação à preservação da integralidade da razão de ser da Universidade Pública do Estado do Paraná. Nós temos sete Universidades Públicas no estado”, disse Lara na tribuna. Cinco das sete Universidades do Paraná se mantêm em greve.

“Sabemos que se não existir Universidade Pública de qualidade para que todos os jovens tenham acesso independente de sua classe social, nós continuamos em um país extremamente desigual e injusto. Como existir justiça em uma sociedade tão desigual e como diminuir essa desigualdade?”, questiona.

A Lei Geral das Universidades (LGU), proposta pelo Governador Ratinho Junior, retira a autonomia das Universidades Estaduais do Paraná. Para o movimento de greve, é inaceitável. “Alguns dizem que se deve rediscutir e melhorar a lei, outros dizem que deve ser rechaçada. A posição do movimento sindical é no sentido de que não temos nada do que aproveitar dessa lei, ela tem que ser totalmente rechaçada. Na sua origem é uma lei totalmente distorcida da razão de ser da Universidade baseada na ideia de ensino, pesquisa e extensão, de ensino público, gratuito e de qualidade”, explica.

“O PLC 04/2019 propõe o congelamento por 20 anos de salários e despesas. É algo inviável do ponto de vista da prestação dos serviços públicos”, explica sobre outra reivindicação dos grevistas: o arquivamento do Projeto de Lei Complementar 04/2019. “Dentro de uma linha que começa dentro do Governo Federal, que se estende pelos Estados e chega nos Municípios, segue a lógica da precarização das condições de trabalho e otimização do lucro. Temos parcelas do poder público sendo objeto da financeirização e sabemos que não é possível numa sociedade como a brasileira”, destaca.

“Quantas coisas precisam ser feitas, quanto a Universidade já colaborou e ainda pode colaborar com a sociedade? Se nós arrefecemos em relação a isso, não vai ser possível, no futuro, que haja a Universidade Pública. Essa Lei precisa ser retirada de pauta, porque pavimenta o caminho para a precarização e a privatização. Isso vai chegar na mão dos senhores quando se falar da reprodução das mesmas diretrizes no âmbito municipal. Terão grande responsabilidade também. Pedimos o apoio de vossas excelências e suas bases eleitorais para manter a Universidade de qualidade, pública e gratuita, para continuar o desenvolvimento de Ponta Grossa, do Paraná e de nosso país”, finaliza.

A reposição salarial de 17,04% somados desde 2016 e novos concursos também fazem parte das reivindicações da pauta da greve, que paralisa as atividades da UEPG desde 27 de junho.