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TRABALHADORES (AS) DOS CORREIOS EM GREVE REALIZAM CAMINHADA NO CENTRO DE PG

28/08/2020 às 05:08


Os trabalhadores (as) da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em Ponta Grossa se mantêm em greve desde o último dia 18, aderindo ao movimento nacional da categoria. Na manhã desta sexta-feira, 28, os grevistas se reuniram na Praça Barão de Guaraúna (Igreja dos Polacos), onde realizaram ato. Em seguida, fizeram uma caminhada pela Avenida Vicente Machado. Segundo a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicações Postais, Telegráficas e Similares do Paraná (Sintcom-PR), a adesão à paralisação chega a 70%.

“Não estamos lutando por aumento salarial. Estamos brigando para que a empresa cumpra o acordo bianual. De 79 cláusulas deste acordo, os Correios querem retirar 70 dos trabalhadores”, explica o dirigente sindical do Sintcom-PR, Voneis Encinas. “Querem reduzir nosso vale alimentação ao máximo, retirar auxílios importantes para crianças com necessidades especiais que precisam de atendimento adequado, auxílio-creche, adicional noturno, 30% do Adicional de Atividade de Distribuição e/ou Coleta (AADC), que é um adicional que ganhamos há 10 anos e é um complemento da nossa renda”, exemplifica Encinas sobre as perdas. “Vamos ter um retrocesso de ganhos em aproximadamente 40% com a retirada de tudo isso”, afirma.

“A adesão do trabalhador à greve mostra para a empresa a insatisfação com os ataques à nossa categoria e retirada de direitos”, defende Encinas. “A adesão está forte em Ponta Grossa e em todo o Paraná. Vamos continuar na luta até o final”, garante.

“Ontem tivemos a segunda rodada no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que foi uma tentativa de conciliação entre a empresa e os representantes da categoria. A empresa não concordou com a proposta de se manter benefícios sem aumento de salários neste momento. Eles querem que se mantenha a retirada dos direitos dos trabalhadores”, afirma o dirigente sindical.

“A greve dos Correios é importante porque é um movimento de resistência dos trabalhadores contra a precarização do trabalho dentro da ECT e a privatização dessa empresa, que é estratégica para a soberania nacional”, diz o professor do Departamento de Ciências Farmacêuticas, Arcelio Benetoli, que esteve presente nas atividades da greve nesta sexta-feira, 28, representando o SINDUEPG. “Sabemos que o Governo Federal de extrema-direita quer privatizar não só os Correios, como outras empresas importantes como a Petrobras, que é a maior empresa do Brasil. O governo quer entregá-la para os capitalistas nacionais e internacionais. Não podemos aceitar isso”, defende. “Se acontecer essa grande perda e o Governo conseguir privatizar os Correios e a Petrobras, não vai acabar por aí. Vai privatizar a Educação e a Saúde também”, afirma. “Bolsonaro e Guedes não vão se contentar em acabar com a Previdência, como já foi feito. Querem acabar também com Saúde e Educação, com tudo que é público, privatizar a preço de banana”, finaliza.

“É muito importante que todos participem. Eles estão tirando comida da mesa do trabalhador, tirando nosso sustento”, diz o trabalhador dos Correios, Felipe Vieira. “É importante todos estarem aqui unidos e conscientes. Se não conseguirmos reverter todo esse desmonte, a empresa vai ser privatizada e vamos perder nossos empregos”, assinala. “O que está em jogo aqui, mais do que as conquistas que nós temos, é nosso emprego”, reforça.

“Fazer parte dessa mobilização, para mim, é um orgulho. Eu sempre estive presente em greves dos Correios, por reivindicações sempre muito justas, vendo um arrocho cada vez maior”, diz a trabalhadora dos Correios aposentada Rosa Souza. Ela conta que trabalhou na ECT por 22 anos e se aposentou em 2018. “Este é o motivo pelo qual eu antecipei minha aposentadoria, porque estava ficando cada vez mais difícil”, relata. “Ser solidária com estes trabalhadores tão importantes para o país é o mínimo que eu posso fazer. O fato de eu estar aposentada não faz com que eu tenha fechado os olhos para a luta dos trabalhadores”, finaliza.